Com 20 anos de idade, o soldado descalvadense Everton Carlos Siqueira Martins já tem muita história para contar. Ele foi um dos militares brasileiros que sobreviveram ao cenário de horror e dor, que se abateu sobre os haitianos na tarde do dia 12 de janeiro de 2010. Um terremoto que atingiu os 7,3 graus na escala Richter devastou a capital haitiana, Porto Príncipe. Dezessete dias depois tragédia, o soldado Siqueira foi recebido pelo prefeito Luís Antonio Panone, no Palácio do Povo.
O soldado era um dos militares brasileiros que estavam lotados no 13º RCMEC (Regimento da Cavalaria Mecanizado), em missão pelas forças de paz da ONU (Organização das Nações Unidas). Com ele, os também soldados descalvadenses Daniel Peterucci, Bráulio Alex Bueno, José Wilson e Daniel Urzua - todos sob o comando imediato do coronel Bernades e do general Floriano Peixoto.
Vestindo orgulhosamente a farda verde-oliva e boina azul, que caracterizam aqueles que servem em missão de paz sob a égide da ONU, Siqueira foi recebido no gabinete pelo chefe do Executivo descalvadense, que ouviu com atenção as histórias daqueles momentos que causaram comoção mundial.
“Nós já estávamos de partida” – contou Siqueira. “Por volta das 5 horas da tarde, no horário local, 8 da noite no Brasil, a terra começou a tremer. Era o nosso último dia no Haiti. Ouvimos um estrondo, mas pensamos até que fosse algum caminhão passando. Até que alguém gritou ‘terremoto!’, e a parede e o teto começaram a desabar sobre nós. Éramos cerca de 130 soldados tentando sair por uma única porta”.
O soldado relembra que estava com o amigo Bráulio. Só tomou conhecimento da dimensão do desastre quando olhou em direção ao centro de Porto Príncipe. “Vi uma enorme coluna de fumaça subindo. Depois disso, só destruição”. Para ele, a cena mais marcante foi ver os corpos de seus companheiros de farda, que não tiveram a mesma sorte que ele. Por já estarem desmobilizados, sem os equipamentos de segurança,os militares que voltariam ao país naquele dia não trabalharam no resgate dos que perderam a vida na tragédia. “Mesmo assim, fizemos patrulha para garantir a o transporte de água e alimentos”.
Siqueira conta que serviu no Haiti como voluntário. Ficou no país por pouco mais de seis meses. Nesse tempo jamais precisou usar da força. “Os primeiros contingentes passaram por enfrentamento, mas quando nós chegamos a situação já estava estável. Os haitianos gostam da gente”, revelou.
O soldado descalvadense lembra dos momentos em que esteve em Miami e na República Dominicana. Nos dias de folga, Siqueira e seus amigos costumavam viajar às praias de águas mornas do mar do Caribe. Talvez por isso ele não titubeie em afirmar que, se o Exército o convocar, um dia ele retorna ao Haiti para continuar ajudando o povo daquele país.
Ao final do encontro, antes de posar para fotografia, o prefeito Panone disse que o importante era saber que o soldado estava bem, desejou-lhe sucesso no futuro e deu-lhe os parabéns pela missão cumprida e por ter representado tão bem a nossa cidade, no exterior.
Prefeitura de Descalvado
1 comentários:
missao cumprida soldado, parabens pelo trabalho muito bem realizado, no exterior, felicidades a nova vida aqui no brasil, é como na cansao, "por mais tera que eu percorra, não permita Deus que eu morra sem que volte para lá, sem que leve por divisa este v, que simboliza a vitoria que virá..."guarde sempre os amigos que... tiveram baixa... no fundo do coraçao.
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