Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos desenvolveram um equipamento que facilita o diagnóstico e o tratamento do câncer de pele.
A doença tem mais de 100 mil novos casos por ano no Brasil. O aposentado José Paulo Maciel, de 75 anos, teve os primeiros sintomas há quatro anos. Pequenas manchas apareceram pelo corpo e ele procurou vários médicos. Ele fez muitos exames e somente há um mês soube que era câncer de pele e ainda não começou o tratamento. “A gente está buscando através do centro de especialidades, porque não temos condições de pagar”, disse.
O acesso ao atendimento nem sempre é fácil e rápido. Por isso, os pesquisadores da USP trabalharam em uma terapia que usa o laser no tratamento de câncer. Primeiro é aplicada uma pomada no tumor e o laser entra em seguida. As células doentes não resistem à toxidade da reação química e morrem.
Mais de 2,5 mil lesões já foram tratadas no país desta forma. “Menos irritação, menos cicatrizes residuais da lesão tratada e sendo com pouca dor e bem tolerada pelo paciente”, explicou a dermatologista do Hospital Amaral de Carvalho de Jaú, Ana Gabriela Sálvio.
Antes de passar por esse tratamento, o que a professora aposentada, Flora Bernardes, ouviu dos médicos foi assustador. “Ele disse que eu tinha que tirar metade do nariz fora. E o resultado é esse que você está vendo no meu rosto. Eu posso enfrentar qualquer um sem constrangimento”, disse.
O equipamento usado nesse tipo de tratamento já existe no Brasil e em outros países, mas custa cerca de R$ 200 mil e não tem as vantagens do modelo brasileiro. O equipamento nacional pode ser fabricado por menos de R$ 7 mil. Além de ser leve e fácil de transportar, ele indica instantaneamente se o paciente tem câncer.
A tecnologia pode chegar às regiões mais distantes do país. Os pesquisadores já têm um financiamento de R$ 4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e uma empresa de Ribeirão Preto interessada em fabricar os equipamentos, que poderão ser distribuídos para 100 cidades, de preferência as mais carentes em atendimento. “Essa á a forma que a gente encontra de diversificar um tratamento, relativamente moderno, de forma ampla no território nacional”, explicou o pesquisador
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