Técnicos da CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica – Araraquara), do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), ParqTec (Fundação Parque de Alta Tecnologia São Carlos - São Carlos) e do EDR (Escritório de Desenvolvimento Regional Agrícola) reuniram-se com o prefeito Luís Antonio Panone e com o secretário municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, André Fernandes, para discutir o programa “Leite Legal”, com os membros da Associação dos Produtores de Leite de Descalvado – que agrega, atualmente, cerca de 30 pessoas.
O zootecnista Michel Calixto, da CATI, abriu o encontro falando da importância dos produtores estarem reunidos numa Associação. “A gente precisa de ações exeqüíveis, como esta que está acontecendo
O engenheiro agrônomo Paulo Cavasin, do EDR de Araraquara, elogiou a formação da Associação dos Produtores de Leite de Descalvado. “Essa ação em conjunto é muito importante. Eu percebo que vocês estão um passo a frente”. Com a criação da Associação, segundo Cavasin, os produtores poderão participar do programa Microbacias – II, da Secretaria Estadual de Agricultura, que vai injetar 70 milhões de dólares em obras de infra-estrutura, visando o desenvolvimento rural local e regional, em bases social, ambiental e econômica sustentáveis.
“Mas, só vamos garantir aquilo que vocês precisam se o grupo estiver olhando para uma mesma direção. Portanto, é importante trabalhar em grupo, ou então estaremos fora do mercado”, continuou Cavasin. “É preciso agrupar, para o pequeno ficar grande. E vocês tem o apoio do Poder Público. Quero dar os meus parabéns ao prefeito e ao secretário, por terem a sensibilidade de estar ao lado dos produtores. É muito bom ter esse apoio”, enfatizou o engenheiro agrônomo.
Segundo o secretário André Fernandes, “estamos com um time muito seleto” – disse, referindo-se às entidades parceiras e aos produtores. “Eu só tenho a agradecer à administração por ter acreditado no projeto de formação da Associação dos Produtores de Leite e na adoção do programa “Leite Legal”, desenvolvido pela secretaria municipal de Agricultura. É preciso sair da informalidade. Na semana passada, nós nos reunimos com os agentes parceiros que participam do Arranjo Produtivo Local, com a finalidade de discutir a construção da Casa do Mel, que se encontra em fase bastante adiantada”, revelou Fernandes.
O prefeito Luís Antonio Panone trações um panorama favorável em relação ao mercado agrícola leiteiro. “Com os apicultores, nós também chamamos os produtores para que eles organizassem uma Associação. Porque esse é o caminho que dará acesso ao crédito. Essa é uma outra parceria que envolve o Poder Público, a ParqTec, Senai e Sebrae, dentro do Arranjo Produtivo Local. Com relação ao leite, o mercado existe, está acessível, mas ainda não está disponível. Nós servimos leite na merenda, no Café da Manhã Solidário – que atende diariamente a mais de 700 trabalhadores rurais. Mas, não compramos o produto de vocês porque ainda não há um controle fitosanitário”, asseverou o chefe do Executivo descalvadense.
Para o prefeito, “ainda há mais mercado. Em junho do ano passado, o governo federal, por intermédio do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) criou uma lei obrigando as prefeituras a comprarem 30% dos produtos destinados à merenda escolar da agricultura familiar, das cooperativas e associações. Na merenda, nós servimos seis mil refeições diárias. Portanto, mercado existe. E nós queremos comprar o leite de vocês. O problema é que a agricultura familiar em Descalvado ainda não está organizada, porém vamos construir a Casa do Mel e a Casa do Leite – que vão atender as ações do Poder Público”.
O presidente do ParqTec, professor Silvio Rosa, fez uma bem-humorada dinâmica de grupo. Chamado de “realizador de sonhos” pelo prefeito Panone, Silvio Rosa disse que o papel do ParqTec “é da porteira para fora. Nós somos a festa, os que vão fazer vocês ganharem dinheiro. Vamos ajudar a vender o produto de vocês – que vai ter de ter marca, qualidade e embalagem bonita. É preciso levantar os custos e baixá-los”.
De acordo com Silvio Rosa, é necessário agregar valor ao produto. “É melhor vender leite a colherada (nesse caso, na forma de iogurte) a que vender por galão. Mas, ainda não temos força, não temos dinheiro. A solução? Atender no atacado [via Associação]. É preciso trabalhar o tempo todo. Porque o prefeito já disse que quer comprar a produção de vocês, e eu vejo que ele e o secretário André estão empenhados nisso. Eles não querem comprar o leite dos concorrentes de vocês. E nós vamos vencer a concorrência apostando
Por fim, Ivan Correa, consultor especialista da cadeia produtiva do leite, do Sebrae, disse que “o alicerce existe e já está encaminhado. É hora de andar para frente e assumir responsabilidades. Isso faz parte do crescimento do nosso grupo”, finalizou. Em seguida, foram formados grupos visando discutir questões mercadológicas e técnicas, junto ao CATI.
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