Além da entrega dos diplomas, feijoada será servida com ingredientes feitos pelos próprios alunos
Mantendo parceria com o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e o Sindicato Rural de São Carlos, a Prefeitura de Ibaté, através do Departamento de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, ofereceu aos pequenos proprietários rurais do município um curso de alfabetização, que teve início em março deste ano e foi concluído no final de outubro, e será encerrado com a formatura dos 25 alunos, que participaram ativamente das aulas, no próximo domingo (22).
O prefeito de Ibaté, José Luiz Parella, felicitou-se com a conclusão de mais um curso. “Esse curso serve como base, justamente, para que os agricultores tenham condições de compreender melhor o que é ensinado nos outros cursos oferecidos, com um conteúdo diferente, mas que está ligado às atividades exercidas por eles. Uma grande maioria não sabia ler, nem escrever e, sem isso, a dificuldade de aprendizagem é muito maior”. Ele afirma que o empenho dos alunos em aprender foi exemplar. “Não só os alunos, como a professora responsável, foram excelentes, cada um na parte que lhe coube. E os resultados que tivemos foi um maior crescimento na produção e na renda desses pequenos agricultores e o orgulho de cada um em poder, finalmente, ler e escrever”, exclama.
De acordo com o assessor geral do Departamento, Dr. João Vítor Rosa, os alunos que participaram do curso de alfabetização também estiveram presentes nos diversos mini-cursos realizados. “A grande maioria aproveitou tudo o que foi disponibilizado, e isso foi muito bom. Os benefícios puderam ser sentidos, praticamente, de imediato, uma vez que todos esses cursos estão diretamente relacionados ao cotidiano desses pequenos proprietários e seu sustento”.
A professora do curso, Vanda Di Salvo Palonne, orgulhou-se de seus aprendizes e afirmou que a informação adquirida durante o curso transformou a vida de cada um deles. “Sempre trabalhei com informações da atualidade, para que tudo o que foi ensinado pudesse ajudá-los em suas práticas diárias”. Ela explica que a alfabetização teve conteúdo básico, mas que, agora, todos os alunos já têm condições de se matricular no ensino formal. “É lógico que alguns tiveram dificuldades, mas fico muito feliz, porque todos conseguiram aprender. Não foi simplesmente alfabetizá-los, por trás de todo esse trabalho, há uma razão social”. Ela afirma que muitos aprenderam, até mesmo, a expressar-se melhor. “Estou muito feliz por ter participado dessa mudança na vida de cada um, mesmo que tenha sido por um curto período de tempo”.
Na formatura, que será às 10 horas, todos os alunos receberão um certificado do SENAR de São Paulo, e logo após, um almoço, tendo como prato principal feijoada, será servido. A feijoada será preparada pelos próprios alunos, com um detalhe: todos os ingredientes serão feitos por eles próprios, utilizando todas as técnicas aprendidas durante os mini-cursos dos quais participaram.
LIÇÃO DE VIDA- Dona Tereza Pereira do Nascimento é a prova de que nunca é tarde para aprender. Com 70 anos de idade, moradora de Ibaté há mais de 50 anos, através do curso de alfabetização rural, ela aprendeu a ler e escrever.
Dona Tereza conta que, quando a professora, Vanda, foi até sua casa e fez o convite para que ela assistisse às aulas, a ideia não foi muito bem recebida. “Você acha que, com a minha idade, eu ia querer aprender? Mas, meus filhos disseram que eu deveria ir, que seria bom, então, resolvi que ia”. Ela diz, em certa ocasião, ficou envergonhada por não saber ler. “Quando eu era nova, meu pai achava que mulher não precisava estudar, que tinha que cuidar da roça”. Hoje, depois de frequentar o curso durante todo ano, ela se orgulha e não se arrepende. “Chego no mercado e é ótimo! Eu consigo ver o preço das coisas, sem a ajuda do meu filho. Antes era muito difícil você ter que comprar alguma coisa, e não saber o preço que custava”, declara.
Depois de alfabetizar-se, além das práticas do dia a dia terem melhorado muito a vida de Dona Tereza, ela tornou-se compositora. “Já fiz música para os meus irmãos, para minha mãe e meu marido, que já é falecido”. Ela canta os trechos das músicas que fez, enquanto cuida de toda criação da roça. “Enquanto eu canto, me divirto e o tempo passa muito mais rápido”. Além de compor músicas, Dona Tereza pode ir além da cantoria. Agora, depois de 70 anos, ela pode registrar suas composições na memória e no papel, escritas por ela mesma.
Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Ibaté
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