terça-feira, 9 de março de 2010

Região - Overdose pode ser nova forma de extermínio em presídios

terça-feira, 9 de março de 2010

A defensoria e o Ministério Público (MP) investigam três mortes, duas nos últimos 15 dias, por overdose em um presídio de Itirapina. A suspeita dos promotores é que facções criminosas estejam usando drogas como uma nova forma de extermínio.

De acordo com informações do MP, os criminosos juntam grande quantidade de droga e remédios dentro de uma garrafa plástica de dois litros, fazendo uma mistura que foi batizada de coquetel da morte. Depois, o preso condenado pelo grupo é dominado por colegas de cela e forçado a engolir todo o conteúdo.

O método substituiria as formas tradicionais de extermínio nos presídios por dificultar as investigações da morte, uma vez que a overdose esconde o homicídio.

“Geralmente o método usual era homicídio por faca e estilete, mas foi deixado para trás porque é mais fácil descobrir a autoria, afirma o delegado Geraldo Souza Filho, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

Casos

O último caso de overdose ocorreu no dia 2 de março, com José Raimundo Desidério, de 35 anos, que cumpria pena em regime semiaberto por furto e porte de arma. Durante o velório, a viúva, Rita de Cássia Bertassini, garantiu que o marido não era dependente químico. “Ele não fumava nem cigarro”, disse.

Segundo a polícia, José Raimundo passou mal e foi levado para a Santa Casa de Rio Claro com intoxicação causada por consumo excessivo de cocaína e Viagra, remédio usado contra impotência sexual. O laudo com as causa da morte deve ficar pronto em 30 dias.

A defensoria investiga ainda outras duas mortes na mesma penitenciária. No dia 16 de fevereiro deste ano, Jeferson Espíndola também morreu com sintomas de overdose. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Rio Claro apontou ingestão de grande quantidade de cocaína.

O terceiro caso investigado aconteceu em setembro de 2008. O homem, cuja identidade não foi divulgada, era mantido em cela separada e foi encaminhado para um pavilhão, onde amanheceu morto um dia após ter contato com outros detentos. O laudo pericial comprovou a overdose.

A Secretaria da Administração Penitenciária não informou quantos presos já morreram por overdose dentro de todos os presídios no Estado. Sobre os casos de Itirapina, a secretaria afirmou que, além da investigação policial, há uma apuração interna feita pela diretoria da unidade para saber como esses detentos tiveram acesso às drogas.

EPTV

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